segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE E GESTÃO DO AGRONEGÓCIO DO CEFET-RP VISITAM O PARQUE ESTADUAL DO IBITIPOCA




* Por Maurício Novaes Souza


Nos dias 14 a 17 de outubro um grupo de alunos dos cursos Técnico em Meio Ambiente e Gestão do Agronegócio, sob a coordenação do Professor Maurício Novaes, do CEFET-RP, estiveram em viagem técnica no Parque Estadual do Ibitipoca.









O parque foi criado com o objetivo de garantir a preservação de ecossistemas, possibilitar a realização de estudos e pesquisas científicas e oferecer condições para o turismo e a conscientização ambiental.
O Parque do Ibitipoca possui uma beleza exótica e um alto índice de biodiversidade em seus 1488 hectares. Possui ecossistemas diversos, como os campos rupestres, o cerrado e a Mata Atlântica - uma verdadeira preciosidade incrustada num dos pontos mais altos da Serra da Mantiqueira. O parque foi criado em 04/07/1973 e administrado pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF).
É o habitat natural de espécies em extinção: Bugios e Barbados, Onça Parda, Lobos-Guará, Candeias (árvore tradicional do Parque), Bromélias e Orquídeas. Os riachos, as cachoeiras e lagos são as maiores atrações do Parque do Ibitipoca.De formação geológica, predominantemente quartzítica, o relevo acidentado, enfatiza a formação de "gargantas", cavernas, despenhadeiros, pequenos cânions, entre outros acidentes geográficos. No verão, época de chuvas, as quedas d'água fazem um espetáculo à parte.
A Cachoeira Janela do Céu - o ponto mais distante da portaria e moldurado por uma vegetação exuberante, é considerado por muitos o local mais belo do parque!As rochas predominantes no Parque Estadual do Ibitipoca são materiais muito antigos, arenosos e de cor clara a acinzentada, com mais de um bilhão de anos de idade - são chamadas quartzitos, pertencentes à família das rochas metamórficas. Essas rochas se destacam na paisagem pelas suas elevadas altitudes, podendo chegar a quase 1800 metros.
A característica dessa rocha tem muito a ver com a sua história. Nela participam os minerais resistentes que as formam (quartzo), assim como os processos geológicos pelos quais elas passaram ao longo do tempo, originando paredões rochosos e os elevados topos que caracterizam e embelezam as paisagens do parque. Entretanto, esses materiais são extremamente frágeis, posto que estão fracamente cimentados entre si, favorecendo assim, a sua desagregação do mineral quartzo, pelos agentes ambientais, como a chuva e as variações de temperatura. Daí a importância de cuidados especiais para a sua conservação, função muito bem desempenhada por Técnicos Ambientais.

Ø Educação AmbientalUm dos principais objetivos de viagens técnicas com esse perfil é o de se estimular no estudante o compromisso com a prática da educação ambiental. Nos dias atuais esta se constitui em uma forma abrangente de educação, que se propõe a atingir todos os cidadãos por meio de um processo pedagógico participativo permanente, proporcionando ao educando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental.
Há de se considerar a possibilidade da criação de Unidades de Conservação como essa nas cidades de origem dos estudantes, o que contribuiria para a preservação de importantes remanescentes florestais dispersos e cada vez mais escassos em todo o Estado de Minas Gerais. Também poderiam estimular e oferecer condições à implantação do Ecoturismo Sustentável em seus municípios, que estimula a geração de emprego e renda, essenciais para o beneficio de todos e possibilitando a realização de estudos, pesquisas científicas e a conscientização ambiental.
Nessas visitas técnicas o contato com profissionais que atuam nessa atividade (engenheiro florestal, biólogo, veterinário, guias florestais e de ecoturismo, entre outros) e a população local da área de estudo é de extrema importância para a elaboração de quaisquer projetos. As viagens permitem a esses futuros profissionais o conhecimento in loco de um grande número de ecossistemas (8) e suas peculiaridades.
Essa diversidade é muito importante para que os alunos possam avaliar os projetos apresentados nas disciplinas já cursadas e nas próximas a serem ministradas, a partir de uma real visão sócio-econômica-cultural-ambiental.Neste contexto, consciente de sua responsabilidade social, o CEFET-RP adotou e assumiu publicamente o compromisso com a educação formal e informal de seus alunos, adotando medidas de disseminação da problemática ambiental e da importância da conservação dos recursos naturais.
As viagens técnicas são constantemente estimuladas com o apoio incondicional de toda a diretoria dessa Instituição, que não mede esforços na busca de recursos financeiros e no apoio logístico para o acontecimento de tais eventos e demais atividades correlatas.
Enfim, a localização do Parque, o contato direto com a natureza e o aprendizado sobre como elaborar um plano de manejo, permitiu aos estudantes vivenciarem por três dias parte da dinâmica única dessa região. Ficaram evidenciadas as necessidades e as obrigações para a manutenção e preservação da vida local, para garantir a sua manutenção para as futuras gerações – princípio básico que norteia as propostas para se atingir o Desenvolvimento Sustentável.
* Engenheiro Agrônomo, Mestre em Recuperação de Áreas Degradadas e Gestão Ambiental e Doutor em Engenharia de Água e Solo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). É professor do CEFET - Rio Pomba, coordenador dos cursos Técnico em Meio Ambiente, EAD em Gestão Ambiental e Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. É conselheiro do COPAM e da SEMAD - Zona da Mata, MG. E-mail: mauriciosnovaes@yahoo.com.br.

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