*André
Bacic Olic e Maurício Novaes Souza
INTRODUÇÃO:
A
existência humana pressupõe uma interação com o meio físico. O desenvolvimento
dos processos industriais de produção, o crescimento exponencial da população e
a mudança nos hábitos de consumo tornaram o ambiente mais vulnerável aos
efeitos nefastos das atividades antrópicas. A qualidade de vida na terra exige
dos homens uma relação respeitosa com seu suporte material de entorno, o que
passa pela valoração dos recursos naturais.
DISCUSSÃO:
O século XX foi marcado por um intenso
processo de industrialização dos processos produtivos. Este fenômeno ocorreu
concomitantemente ao deslocamento em massa das pessoas, que do campo passaram a
viver em grandes aglomerados urbanos.
O sistema da atual tecnosfera é
criticamente dependente da base de recursos naturais. Nas civilizações mais
primitivas, também se encontra este tipo de dependência. No passado
civilizações sucumbiram por conta do manejo inadequado das fontes de matérias
primas. O grande diferencial entre os impactos de outrora, daquele potencial da
sociedade contemporânea reside na mudança de escala. Hoje a população é muito
maior e a existência material de cada indivíduo requer maior quantidade de
recursos. O advento das novas tecnologias de exploração do meio, aliado as
novas necessidades de consumo, quais surgiram desde o início da revolução
industrial, são fatores que transformaram significativamente a interação
humanidade-ambiente.
A intensificação da extração de recursos
naturais e despejo de resíduos na natureza levou a sociedade pensar no conceito
de Capacidade de Carga (ou suporte): que se
refere à capacidade da geosfera de manter seus serviços (nível máximo de ação
antrópica, que o planeta consegue absorver).
VALORES, SERVIÇOS E BENS FORNECIDOS PELA
GEOSFERA (Adaptado de Moldan e Bilharz, 1997).
- Manutenção
de uma interface de proteção contra a interação cósmica.
- Manutenção
de uma temperatura adequada (média, distribuição no tempo, proteção contra
ocorrência extremos).
- Manutenção
relativamente estável de condições geofísicas.
- Manutenção
da qualidade do ar.
- Múltiplos
serviços de água e ciclos de água.
- Ciclo
de nutrientes.
- Reciclagem
dos resíduos e desintoxicação de substâncias.
- Provimento
de espaço na superfície terrestre. Bases para a construção.
- Provimento
de fontes de energia.
- Fornecimento
de materiais (elementos químicos, minerais, biomassa etc).
- Provimento
de solo fértil.
- Base
para ocorrência da biodiversidade e seus múltiplos serviços.
- Manutenção
de condições microbiais sustentáveis (nível de micróbios patogênicos,
alergênicos).
Nas últimas décadas, os recursos
naturais passaram, gradualmente, a ser mais bem valorizados pela sociedade como
um todo. Isto se dá a partir de um processo de conscientização (que em boa
medida é alcançado com programas de educação ambiental).
Sistemas
de Gestão Ambiental (SGA) foram desde
então sendo desenvolvidos, com intuito de reverter o quadro de degradação.
Trata-se da busca de administrar a utilização dos recursos naturais. É o
exercício de planejamento das atividades econômicas e sociais de forma a utilizar
de maneira racional os recursos naturais (renováveis ou não). Os SGA visam
implementação de práticas, que garantam a conservação e preservação da
biodiversidade, a reciclagem das matérias-primas e a redução do impacto
ambiental das atividades humanas sobre os recursos naturais.
A prática da gestão
ambiental introduz a variável ambiental no planejamento empresarial, e quando bem aplicada, permite a redução
de custos diretos -
pela diminuição do desperdício de matérias-primas e de recursos cada vez mais
escassos e mais dispendiosos, como água e energia - e de
custos indiretos - representados por sanções e indenizações
relacionadas a danos ao meio ambiente ou à saúde de
funcionários e da população de comunidades que tenham proximidade geográfica
com as unidades de produção da empresa. Um exemplo prático de políticas para a
inserção da gestão ambiental em empresas tem sido a criação de leis que obrigam
a prática da responsabilidade pós-consumo.
O aumento da procura
pelas empresas de profissionais com conhecimentos em técnicas de gestão
ambiental motivou o intensificou a presença deste tema nos mais diversos cursos
de formação profissional. Deste ponto de vista, a carreira do Agroecólogo se
mostra promissora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Décadas
de agravamento das questões ambientais e a intensificação das discussões sobre
conservação dos recursos naturais levam a formação gradual da consciência das
pessoas com relação ao problema. Assistimos à tendência da diminuição da
produção e do consumo de recursos energéticos intensivos, pelo aumento de
consumo de produtos energéticos não intensivos e pelo crescimento do setor de
serviços. As estimativas de crescimento populacional apontam um acréscimo de 3
bilhões de almas, até 2050, quando este crescimento se estabilizará.
Sistemas
tecnológicos produtivos passam a exigir uma abordagem multidisciplinar. A
ciência econômica deverá cada vez mais ser permeada pela dinâmica de sistemas
naturais. Cabe aos mais diversos ramos
profissionais buscar pelas ferramentas de gestão ambiental apropriadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Wikipédia. Sobre o
termo Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental.
Bellen, Hans Michel
van. Sustentabilidade: uma análise comparativa. 2ed. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2006
Araujo, G. H.; Almeida, J.R.; Guerra, A.J.T. Gestão
Ambiental de Áreas Degradadas, 6ed. - Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
Souza, M. N.;
Degradação e Recuperação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável – Tese
Magister Scientiae – Viçosa: UFV, 2004.
* Estudante do curso de Agroecologia do IF Sudeste de Minas campus Rio Pomba.
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