Aline T. C.
Gaudereto1 e Maurício Novaes Souza
Josué de Castro expõe, numa inspiradíssima frase, a
seguinte constatação:
“Metade da humanidade não come e a outra
metade não dorme com medo da que não come”.
Um dos grandes problemas que assolam a humanidade hoje é a desigualdade
social que tem se destacado na promoção da miséria e impactos ambientais, além
de travar a expansão econômica e
tornar mais difícil que os pobres sejam beneficiados pelo crescimento.
A desigualdade social é gerada na distribuição de renda que é feita de
forma diferente sendo que a maior parte fica nas mãos de uma minoria. No Brasil
a desigualdade social é uma das maiores do mundo. Segundo reportagem de
Patrícia Zimmermann divulgada na Folha Online, o Brasil é hoje o 8° país em
desigualdade social.
Esses dados são assustadores em se tratando de “Brasil!” que é um dos
países possuidor de um dos maiores patrimônios de recursos naturais do mundo.
A tendência de desequilíbrio social e econômico tem uma estreita relação
com a qualidade ambiental e o
comportamento do mercado mundial. Na opinião, de Christopher Flavin,
presidente, do Worldwatch, "as tragédias humanas por trás das estatísticas
lembram que o progresso social e ambiental
não é um luxo, a ser posto de lado quando o mundo experimenta problemas
econômicos e políticos".(reportagem
do Instituto Akatu)
Segundo
reportagem divulgada pelo Instituto Akatu os desastres
naturais, causados ou agravados por desmatamentos, ocupação territorial
desordenada e mudanças climáticas, provocam o deslocamento de grandes
contingentes populacionais, já chamados de refugiados ambientais. Inundações
forçam a migração de habitantes de Bangladesh para a Índia, num movimento que
já dura 10 anos, tendo deslocado, no período, cerca de 10 milhões de pessoas. E
ainda existem outros 40 milhões de refugiados ambientais no mundo. Fica claro, portanto que as conseqüências do
crescimento econômico e desenvolvimento de países mais ricos como os EUA, fica
por conta dos países pobres e subdesenvolvidos, ou seja, eles enriquecem e nós
ficamos com os prejuízos ambientais, econômicos e sociais além de sermos detentores de maior vulnerabilidade às mudanças climáticas. Dos
700 desastres naturais registrados em 2002, 593 foram relacionados a eventos
climáticos. As chuvas, no Quênia, desalojaram pelo menos 150 mil pessoas e 800
mil sofreram com a maior seca do século, na China. (Instituição Akatu)
A escalada do progresso tecnológico
pode ser medida pelo poder do homem de
controlar e transformar a natureza. Quanto mais rápido o desenvolvimento
tecnológico, maior o ritmo de alterações provocadas no meio ambiente. O ideal é
que consiga promover desenvolvimento, porém, de forma sustentável, ou seja,
socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável. Para que
isso ocorra é essencial buscar sempre soluções e alternativas, juntamente com
educação ambiental para promover um consumo mais responsável com um mundo com
maior qualidade ambiental e menos desigualdade social.
1-
Agroecóloga formada no IF SEMG Sudeste de Minas
campus Rio Pomba.