segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Plásticos Biodegradáveis ou Educação no Uso e na Disposição de Resíduos Sólidos Urbanos?


*por Maurício Novaes Souza

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) define “lixo” como todo e qualquer resíduo sólido que tenha sido produzido pela atividade humana e que não seja reaproveitado. O lixo que produzimos pode ser classificado de acordo com a fonte que o originou. Essa classificação é usada para calcular o volume de lixo gerado e serve como base para seu gerenciamento, definindo quem é responsável pelo tratamento e destino final dos resíduos. É dividido em lixo comercial, domiciliar, público, industrial, serviços de saúde, sistema de transporte, entulhos da construção civil, agrícola e eletrônico. Pergunta: para onde vai o lixo que produzimos no cotidiano na cidade onde moramos? Existem diferentes destinos do lixo: lixão, aterro controlado, aterro sanitário, incineração, compostagem e a reciclagem.

O Ministério das Cidades divulgou os números mais recentes do manejo de resíduos sólidos urbanos no Brasil, referentes a 2007. Com base em dados de 306 municípios, que representam 55% da população urbana, o levantamento mostra que a cobertura média de coleta de lixo nas cidades pesquisadas é de 90%. Já a coleta seletiva só chega a 56,9% dos municípios da amostra, que inclui todas as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes. Cerca de 64% do lixo coletado vão para aterros sanitários, 26,6% são levados para aterros controlados e 9,5% dos resíduos ainda vão para os lixões. Dos 587 aterros catalogados, 46% não têm qualquer tipo de licença ambiental.

Um dos itens de particular preocupação na composição do lixo é o plástico, com diversos registros demonstrando sua dominância dentre os resíduos sólidos presentes, inclusive, nos ambientes marinho e costeiro. Os “plastic pellets” são grânulos de plásticos que correspondem à forma principal com que as resinas plásticas são produzidas e comercializadas e estão entre os resíduos mais abundantes em praias no mundo. Eles são pequenos e geralmente imperceptíveis na areia da praia, mas pode causar sérios danos à fauna marinha, como contaminação química, que podem causar disfunções fisiológicas ou alterações hormonais nos animais que os ingerem. Estima-se uma quantidade de cerca de 2,4 bilhões de pellets para os 7,5 km de praia da Enseada de Santos. Mas de onde vêm esses pellets? Segundo dados da literatura, podem ser perdidos nas atividades de produção, transporte e uso, para o ambiente estuarino/marinho ou para os sistemas de drenagem urbana e, na sequência, para os rios, os quais acabam desaguando no mar.

E a questão das sacolas plásticas? Quantas você usou ontem? E durante toda a semana? Se o cálculo se estender pelo ano todo, os números começam a assustar. Segundo uma estimativa divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, a cada hora, são consumidas cerca de 1,5 milhão de sacolas plásticas no Brasil. Ao final de um dia essa conta chega a 36 milhões. Anualmente são descartadas inadequadamente 500 bilhões de sacolas em todo o mundo. Esse material, além de poluente, pode causar outros impactos ambientais, como entupir bueiros e provocar enchentes.

Considerando que o lixo é um problema com um impacto social e ambiental muito negativo, há quem considere que um meio de lidar com este problema é utilizar o plástico biodegradável. À primeira vista pode parecer aceitável, mas será realmente melhor para o ambiente? Inicialmente, o que significa biodegradabilidade? Quer dizer a capacidade de um material ser degradado sob a ação de elementos vivos. O que significa plástico biodegradável? É plástico que pode ser degradado por microorganismos (bactérias ou fungos) na água, dióxido de carbono (CO2) e algum material biológico.

Contudo, há de se considerar, que o plástico biodegradável requer condições específicas para poder degradar-se corretamente (microorganismos, temperatura e umidade) e, se não houver um grande cuidado em manejá-lo, pode tornar-se para o ambiente pior do que o plástico convencional. Quando o plástico biodegradável é lançado numa lixeira, o que em todo o caso deve ser sempre evitado, produz gases com efeito de estufa ao degradar-se. É importante reconhecer que o plástico biodegradável não é necessariamente produzido por material biológico, ou seja, por plantas. Vários plásticos biodegradáveis são igualmente produzidos a partir do petróleo como os convencionais. Então, pode-se afirmar que o uso do plástico biodegradável é bom? Por princípio, o plástico tem valor pela sua capacidade de criar produtos resistentes e duráveis. A biodegradabilidade deve, pois, ser encarada como uma funcionalidade adicional, quando a sua aplicação exige uma forma barata de destruição do produto, depois de ter cumprido a sua função.

A capacidade de ser biodegradável é uma propriedade material que depende muito das circunstâncias do ambiente biológico (o corpo humano é diferente do solo). Considerando isto, poder-se-ia dizer que fazer um produto, como um saco de plástico compostável, não faz muito sentido porque esta capacidade de se biodegradar não resolve a questão do lixo. A biodegradação não é, portanto, resultado de uma simples ação de microorganismos, porque as condições nas quais eles atuam estão relacionadas com todas as características do meio.

Se considerarmos a problemática da eliminação dos resíduos sólidos, a simples perda das propriedades de um material, sem redução de sua massa, não possui grande interesse. A perda de massa deve ser quase total. Existem diferentes possibilidades de degradação dos polímeros:

a) Fotodegradação - nesse fenômeno, o fator determinante da degradação é a ação da luz e, mais particularmente, dos raios ultravioletas. As aplicações mais conhecidas são os filmes agrícolas fotodegradáveis para recobrimento do terreno em culturas rasteiras. O problema, nesses casos, é que somente a parte exposta à luz se degrada, ou seja, a parte enterrada fica intacta ou fracionada, tornando difícil sua extração ao final da colheita. Por outro lado, isso acaba sendo somente uma foto-fragmentação onde as macromoléculas não foram transformadas, mas sim cortadas pela fragilização dos aditivos. O resultado é um pó do plástico que estará presente em quantidade quase idêntica à massa de filme utilizada e essa se mistura ao solo cultivado ano após ano. Não há inconveniente para o meio ambiente, pois esse processo de eliminação é assimilado; no entanto, não há qualquer vantagem ambiental; e

b) Quimiodegradação - somente esse modo de degradação é susceptível de modificar a estrutura física do material e de transformá-la em substâncias assimiláveis pelo meio natural. A maior parte do tempo, ele consiste em uma oxidação, uma digestão ou uma hidrólise, mais ou menos complexa.

Entretanto, nos dias atuais, há várias pesquisas em andamento. Um estudo do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP produziu plástico biodegradável a partir do amido de mandioca, obtendo os chamados amidos termoplásticos (TPS). O estudo, realizado pela química Eliangela Teixeira, também mostrou a viabilidade do uso de resíduos da industrialização do amido para produzir termoplástico reforçado com fibras celulósicas. Os plásticos com amido poderão ser aplicados principalmente na indústria de embalagens. De acordo com a química, os amidos termoplásticos apresentam um grande potencial de aplicações, especialmente no setor de embalagens, contribuindo para melhorar o gerenciamento do lixo e reduzindo o impacto ambiental dos plásticos não-biodegradáveis. O material também pode ser adotado na confecção de tubetes de plantio para o setor agrícola. Outra linha de pesquisa do estudo dessa pesquisadora foi direcionada à obtenção de nanofibras de celulose a partir das microfibras contidas no resíduo, para aumentar a resistência dos amidos termoplásticos.

Deve-se ter cuidado com os falsos biodegradáveis, parcialmente degradáveis ou fragmentáveis; eles não apresentam, a não ser em raras exceções, função outra que não seja a exploração publicitária pseudo-ecológica. O cúmulo da exploração abusiva das pretendidas qualidades ecológicas se encontra em certas aplicações dos polímeros hidrossolúveis. Fora de seus usos específicos, é injustificada sua aplicação. Algumas vezes, eles são apresentados como tendo a propriedade de "desaparecer" na água sendo, assim, qualificados como biodegradáveis.

Há quem afirme que os processos de reutilização do plástico normal são incontestavelmente mais ecológicos que os da biodegradação. Já o composto obtido após a biodegradação teria uma qualidade muito ruim como fertilizante em razão da ausência dos oligoelementos e dos compostos de nitrogênio que encontramos normalmente nas biomassas. Já os materiais plásticos normais possuem múltiplos modos de valorização: reuso, reutilização, reciclagens mecânica, química e valorização energética. A re-introdução dos resíduos plásticos no ciclo de fabricação de um produto ou de uma energia permite obter redução dos recursos naturais não renováveis muito superiores a qualquer coleta de metano proveniente da degradação dos biodegradáveis. Mesmo levando em consideração os conceitos do Desenvolvimento Sustentável, os processos de reutilização do plástico normal são incontestavelmente mais ecológicos que os da biodegradação.

Por último, considere-se que o lixo é fundamentalmente um problema de comportamento irresponsável, e que deve ser tratado mais pela mudança de atitudes das pessoas do que propriamente pela alteração dos produtos. A criação de produtos biodegradáveis pode, de fato, piorar o problema do lixo, porque leva as pessoas a pensar que é correto dispor de qualquer forma recursos com valor, como o plástico.


* Engenheiro Agrônomo, Mestre em Recuperação de Áreas Degradadas e Gestão Ambiental e Doutor em Engenharia de Água e Solo. É professor do IFET Rio Pomba e Diretor-Geral do IFET São João del-Rei. É Conselheiro do COPAM e do IBAMA. E-mail: mauriciosnovaes@yahoo.com.br.

Mudanças Climáticas, Produção Agropecuária e Agrometeorologia


* por Maurício Novaes Souza

Dados recentes apontam que o mundo enfrentará um crescente risco de mudanças climáticas bruscas e irreversíveis em função do aquecimento global mais forte que o previsto. Tal afirmação é resultado de que situação? Anos atrás, sob condições de população escassa e exploração industrial mínima, parecia que a Terra poderia ser o provedor inesgotável dos recursos naturais. Entretanto, a população cresceu, a industrialização se expandiu, as florestas foram destruídas, os solos erosionados, os depósitos minerais exauridos, o ar e a água se tornam cada vez mais poluídos, e cada vez mais estamos preocupados com as limitações dos recursos da Terra.

Paralelamente, existe uma grande necessidade de aumento na produção de alimentos, para atender aos crescentes aumentos populacionais e de consumo em função da melhoria da renda dos países emergentes, como aqueles que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Para isso, é necessário que as perdas agrícolas e pastoris sejam minimizadas e a eficiência da produção agropecuária melhorada. Sabe-se que essa atividade é altamente dependente das condições do clima e do tempo em uma dada região. Entretanto, o aumento da produção de alimentos vem sendo feito por intermédio da exploração inadequada dos recursos naturais, prejudicando o ambiente, o solo, a água e o ar. Existe uma ciência que pode contribuir para o entendimento dessas questões e auxiliar o mundo e o produtor rural – a Agrometeorologia.

Antes de falar dessa ciência, faz-se necessário alguns comentários sobre clima. Os maiores problemas relacionados ao aquecimento global e às mudanças climáticas, associados ao efeito estufa, refere-se à sua aceleração. Várias notícias de cientistas renomados têm mostrado imagens tenebrosas de tais efeitos, alertando para o derretimento das geleiras e aumento do nível das águas, descongelamento do subsolo e florestas mais suscetíveis a insetos e queimadas. A verdade é que não mais existe incerteza com relação a esses fatos. Os cientistas afirmam que o verão do Ártico poderá não ter gelo antes de meados do século, abrindo as rotas marítimas do Norte, mas ameaçando a existência de mamíferos que dependem da existência do gelo para viver. Outros assinalaram os efeitos do aquecimento nos peixes, florestas e na tundra.

Isso ocorrerá porque o aquecimento global tornará o clima quente e seco, gerando com decorrer do tempo um superaquecimento global. Inexoravelmente, quebrará gradativamente o ciclo hidrológico. Isso porque, mesmo existindo intenso calor, com a umidade relativa do ar sendo baixa, será impossível formar chuva, pois para que exista a sua formação, será preciso que a umidade do meio ambiente esteja saturada. Além disso, é preciso também, que esta referida umidade saturada, encontre uma massa de ar frio, para se condensar e se precipitar em forma de chuva. Entretanto, o efeito estufa, tira essa condição. Pois, “teoricamente” dissipa (aquece) a massa de ar frio, que funcionaria como elemento condensador do vapor da água (umidade ambiental), que estaria se saturando, ou melhor, deixando esta massa de ar, mencionada anteriormente, quente e seca.

Quebrando o ciclo hidrológico, irá piorar as condições ambientais, para existência de vidas vegetais, animais e humana. Principalmente as espécies animais e vegetais, devido às condições ambientais adversas, do que a espécie humana: por ser um animal racional e se adaptar momentaneamente às condições adversas ambientais. Há de se considerar o fato de que a espécie humana é a principal depredadora do meio ambiente (fauna e flora). Isto, certamente, levará a biosfera terrestre a um ciclo involutivo, o qual já está se processando. Estão se observando um contínuo e vertiginoso declínio das espécies animais e vegetais, que pouco a pouco vão perdendo suas biodiversidades e, paradoxalmente, este quadro degenerativo do meio ambiente global vem se agravando. As questões que ainda precisam ser respondidas são quanto do aquecimento é causado pelos humanos, e o quanto drástico serão os efeitos a longo prazo.

Assim, percebe-se, que a desordem ambiental no mundo chegou a um ponto em que, ou se conscientizam as pessoas – e principalmente, os governos – para o tamanho da catástrofe que se avizinha, ou iremos pagar um custo alto pela sobrevivência – se ela for viável. Não há mais certezas com relação ao clima em nenhum lugar do mundo. E isto é apenas um sintoma. Cidades do norte da Europa que sempre consumiram energia para prover aquecimento, hoje estão preocupadas em instalar sistemas de refrigeração; nevascas intensas, e comuns no auge do inverno, surpreendem Nova York no meio do outono; o verão parece não ter se acabado ainda no sul da Europa, as temperaturas sobem a níveis inéditos. No Brasil, no início da primavera, tem-se observado chuvas típicas de verão.

Os pesquisadores tem insistentemente avisado, mas ainda grande parte da população não se atenta para os assuntos relativos às mudanças climáticas. Uma pesquisa recentemente publicada nos Estados Unidos mostrou que a proporção de norte-americanos convencidos de que o homem é responsável por boa parte do aquecimento global caiu 40% desde o ano passado. O site do “Correio Brasiliense” perguntou aos internautas se eles acreditam que os participantes da COP-15 (Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) chegarão a algum acordo, em dezembro, na Dinamarca. O resultado apontou que 66,67% acreditam que não e apenas 33,33% acreditam que sim. As principais autoras do estudo, Debika Shome e Sabine Marx, concluíram que, para os leigos, as questões climáticas parecem confusas, opressivas e ligadas a negociações políticas. Segundo essas autoras, boa parte da culpa está na forma como a mídia trata o tema. Para elas, é preciso aproximar o aquecimento global da realidade do público (EcoDebate, 09/11/2009).

De fato, na raiz de todo esse problema, está a predação obstinada em busca do crescimento sem limites, a qualquer custo. É evidente que, no cenário que se estuda, há fenômenos que são cíclicos na natureza, de transformação de florestas em desertos por processos naturais, mas os cientistas, com base nos parâmetros cada vez mais assustadores, avisaram ao mundo que nos aproximamos do caos. Com o Tratado de Quioto, em vigor desde fevereiro de 2005, houve um sopro de esperança; contudo, logo seguido do desencanto pela recusa dos Estados Unidos, o maior emissor de carbono do mundo, em acatar as propostas de redução desse avanço em direção à insensatez, com o seguinte o argumento: prejudicaria o desenvolvimento do país.

Bem recente, existe um documento que sintetiza mais de 1.400 estudos apresentados na conferência sobre o clima realizada em março passado, em Copenhague, onde, em dezembro próximo, será realizada a reunião das Nações Unidas para negociar um acordo que substituirá o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Segundo esse documento, a superfície global e a temperatura dos oceanos, os níveis do mar, os acontecimentos climáticos extremos e o degelo do Ártico estão se intensificando mais significativamente e mais rápido do que haviam previsto os especialistas há apenas alguns anos. O relatório revela que as emissões de gases de efeito estufa e outros indicadores climáticos estão próximos dos limites previstos pelo Painel Intergovernamental da ONU sobre a Mudança Climática (IPCC), que em 2007, foi o ponto de referência para as turbulentas conversações na ONU.

Também há novas provas de que o próprio planeta começou a contribuir para o aquecimento global em consequência da atividade humana. Grande quantidade de gases, como o metano, retida durante milênios na camada subterrânea do gelo ártico, pode estar começando a serem lançados na atmosfera, acelerando o processo de aquecimento. A capacidade natural dos oceanos e das florestas de absorver o CO2 originado pela queima de combustíveis fósseis também está em perigo. Esse novo documento, escrito e revisado por muitos dos cientistas que compilaram o documento do IPCC, pede que os políticos tomem atitudes urgentes para evitar que a temperatura média global aumente mais de dois graus centígrados em comparação com os níveis pré-industriais. Uma moderação rápida, sustentável e efetiva é necessária para evitar a perigosa mudança climática. Uma elevação das temperaturas de mais de dois graus dificultará a vida das sociedades futuras e é provável que causem maiores transtornos ambientais e sociais durante e a partir do próximo século.

O IPCC diz que para alcançar este objetivo é necessário que as nações industrializadas diminuam drasticamente as emissões de gás de efeito estufa entre 20 e 45% em comparação com os níveis de 1990. O novo documento sugere que são essenciais novos e profundos cortes nas emissões, um dos assuntos mais espinhosos colocados sobre a mesa nas conversações da ONU. Objetivos menores para 2020 aumentam o risco de impactos sérios, incluindo a superação da barreira a partir da qual as forças naturais começam a empurrar as temperaturas para cima, inclusive mais rapidamente. Muitos cientistas acreditam que, se forem superados esses limites, será difícil, talvez impossível, reverter o processo.

O novo documento não tem o mesmo peso que o informe do IPCC, que se baseou em uma quantidade ainda maior de estudos e - o mais importante - é um documento de consenso, o que significa que até os pontos de vistas mais conservadores foram levados em conta. Mas os dados do IPCC remontam a pelo menos quatro a cinco anos e uma avalanche de novas pesquisas sugere que os impactos da mudança climática podem ser ainda piores, e que chegarão mais cedo do que mais tarde. Os especialistas em clima do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), por exemplo, calcularam recentemente que, apesar dos grandes esforços feitos para reduzir drasticamente a poluição, a temperatura da superfície da Terra aumentará 5,2o C até 2010, mais que o dobro do que predisseram em 2003.

Como ficaria a agropecuária brasileira? Sabemos que o Brasil tem uma das maiores indústrias agropecuárias do Mundo. A importância da contribuição do Agronegócio no PIB brasileiro é imensa e inquestionável. Por essas questões, existe uma grande necessidade de informações meteorológicas e climatológicas específicas que capacitem os agropecuaristas a fazerem decisões operacionais. A Agrometeorologia é uma combinação de ciências físicas e biológicas que estuda as relações entre os elementos climáticos, o solo e os seres vivos e avalia os fenômenos climáticos que influenciam a produção e a produtividade agrícola. Isto faz da agrometeorologia uma técnica indispensável na formação dos profissionais que trabalham nas áreas agropecuárias, e fundamentais aos produtores rurais. Assim, pode-se considerar que o principal objetivo da Agrometeorologia é colocar a ciência da meteorologia a serviço da agropecuária para melhorar o uso da terra, para ajudar a produzir o máximo de alimentos e evitar o abuso irreversível dos recursos naturais (água e solo).

Em face dessas questões, em décadas recentes, o uso da Agrometeorologia na agropecuária vem aumentando. Isto tem sido devido, largamente, aos estudos de laboratório, casa de vegetação e de campo, nos quais as respostas biológicas têm sido medidas sob condições controladas. Existem diversas aplicações das técnicas meteorológicas às operações de campo. Alguns exemplos importantes: a) previsão e proteção contra geadas; b) avisos contra fogo nas florestas; c) planejamento da irrigação; d) calendários de plantio e colheitas; e) seleção de lugares para as culturas; f) controle de insetos; e g) controle de doenças e muitas modificações microclimáticas, como a utilização da prática de quebra-ventos.

Com tantos argumentos irrefutáveis, percebe-se que as mudanças climáticas poderão aumentar a freqüência de vários tipos de desastres naturais. Fortalece-se, assim, o conceito de “Desenvolvimento Sustentável”, que pressupõe maior conhecimento do sistema climático e, em conseqüência, maior capacidade de prever as mudanças climáticas futuras e seus possíveis efeitos nas atividades sócio-econômicas e no meio ambiente. Dessa forma, os serviços meteorológicos devem estar aptos a satisfazer pelo menos quatro tipos de exigências dos agricultores e pecuaristas: a) Previsões do tempo detalhadas, na ocasião exata e adaptadas para operações agrícolas comuns; b) Serviços de extensão para ensinar aos agricultores usar as informações do item anterior; c) Observações especializadas de clima no lugar onde as culturas são realizadas; e d) Um sistema de comunicações para levar as informações atualizadas sobre o clima por intermédio do rádio, da televisão e dos jornais.

Com tantos fatos e argumentos incontroversos, percebe-se que as atividades antrópicas causaram alterações sem precedentes nos ecossistemas nas últimas décadas para atender às crescentes demandas por espaço, alimentos, água, fibras e energia. É incontestável que essas alterações ajudaram a melhorar a vida de bilhões de pessoas; entretanto, paralelamente, enfraqueceram a capacidade da natureza de prover esses e outros serviços fundamentais. A indispensável proteção do meio ambiente global depende de mudanças estruturais na economia e na cultura do consumo.

A tecnologia e o conhecimento de que dispõe hoje a sociedade humana podem reduzir consideravelmente os impactos nos ecossistemas, mas sua utilização em todo o seu potencial permanecerá reduzida enquanto os serviços oferecidos por esses ambientes naturais continuarem a ser percebidos como gratuitos e ilimitados e não receberem seu devido valor. Verifica-se a insustentabilidade dos caminhos atuais da civilização humana.

Portanto, o modelo de produção, agrícola e urbano-industrial, precisa ser redesenhado, bem como as políticas públicas precisam ser revistas. A pesquisa deverá estar direcionada e sustentada, fundamentalmente, por princípios éticos. Em cenários onde se deslumbra a possível realidade de mudanças climáticas e aquecimento global, o atual modelo de produção agrícola tornar-se-á insustentável. A ciência “Agrometeorologia” poderá ser uma ferramenta importante para auxiliar os produtores rurais a enfrentarem essa nova realidade.


* Engenheiro Agrônomo, Mestre em Recuperação de Áreas Degradadas e Gestão Ambiental e Doutor em Engenharia de Água e Solo. É professor do IFET Rio Pomba e Diretor-Geral do IFET São João del-Rei. É Conselheiro do COPAM e do IBAMA. E-mail: mauriciosnovaes@yahoo.com.br.

Mudanças Climáticas e a Importância da Agrometeorologia na Produção Agropecuária



* por Maurício Novaes Souza


Anos atrás, sob condições de população escassa e exploração industrial mínima, parecia que a Terra poderia ser o provedor inesgotável dos recursos naturais. Entretanto, a população cresceu, a industrialização se expandiu, as florestas são destruídas, os solos erosionados, os depósitos minerais exauridos, o ar e a água se tornam cada vez mais poluídos, e cada vez mais estamos preocupados com as limitações dos recursos da Terra.

Paralelamente, existe uma grande necessidade de aumento na produção de alimentos. Para isso, é necessário que as perdas agrícolas e pastoris sejam minimizadas e a eficiência da produção agropecuária melhorada. Sabe-se que essa atividade é altamente dependente das condições do clima e do tempo em uma dada região. Entretanto, o aumento da produção de alimentos vem sendo feito por intermédio da exploração inadequada dos recursos naturais, prejudicando o ambiente, o solo, a água e o ar.

A Agrometeorologia é uma combinação de ciências físicas e biológicas que estuda as relações entre os elementos climáticos, o solo e os seres vivos e avalia os fenômenos climáticos que influenciam a produção e a produtividade agrícola. Isto faz da agrometeorologia uma técnica indispensável na formação dos profissionais que trabalham nas áreas agropecuárias, bem como para os produtores rurais.

Os maiores problemas relacionados ao aquecimento global e às mudanças climáticas, associados ao efeito estufa, refere-se à sua aceleração. Tornará o clima quente e seco, gerando com decorrer do tempo um superaquecimento global. Inexoravelmente, quebrará gradativamente o ciclo hidrológico. Isso porque, mesmo existindo intenso calor, com a umidade relativa do ar sendo baixa, será impossível formar chuva, pois para que exista a sua formação, será preciso que a umidade do meio ambiente esteja saturada. Além disso, é preciso também, que esta referida umidade saturada, encontre uma massa de ar frio, para se condensar e se precipitar em forma de chuva. Entretanto, o efeito estufa, tira essa condição. Pois, “teoricamente” dissipa (aquece) a massa de ar frio, que funcionaria como elemento condensador do vapor da água (umidade ambiental), que estaria se saturando, ou melhor, deixando esta massa de ar, mencionada anteriormente, quente e seca.

Quebrando o ciclo hidrológico, irá piorar as condições ambientais, para existência de vidas vegetais, animais e humana. Principalmente as espécies animais e vegetais, devido às condições ambientais adversas, do que a espécie humana: por ser um animal racional e se adaptar momentaneamente às condições adversas ambientais. Há de se considerar, o fato de que a espécie humana é a principal depredadora do meio ambiente (fauna e flora). Isto, certamente, levará a biosfera terrestre a um ciclo involutivo, o qual já está se processando, principalmente a partir dos séculos XIX e XX. Estão se observando um contínuo e vertiginoso declínio das espécies animais e vegetais, que pouco a pouco vão perdendo suas biodiversidades e, paradoxalmente, este quadro degenerativo do meio ambiente global vem se agravando, com o advento da Revolução Industrial.

Assim, percebe-se que a desordem ambiental no mundo chegou a um ponto em que, ou se conscientizam as pessoas – e principalmente, os governos – para o tamanho da catástrofe que se avizinha, ou iremos pagar um custo alto pela sobrevivência – se ela for viável. Não há mais certezas com relação ao clima em nenhum lugar do mundo. E isto é apenas um sintoma. Cidades do norte da Europa que sempre consumiram energia para prover aquecimento, hoje estão preocupadas em instalar sistemas de refrigeração; nevascas intensas, e comuns no auge do inverno, surpreendem Nova York no meio do outono; o verão parece não ter se acabado ainda no sul da Europa, as temperaturas sobem a níveis inéditos.

Na raiz de tudo, a predação obstinada em busca do crescimento sem limites, a qualquer custo. É evidente que, no cenário que se estuda, há fenômenos que são cíclicos na natureza, de transformação de florestas em desertos por processos naturais, mas os cientistas, com base nos parâmetros cada vez mais assustadores, avisaram ao mundo que nos aproximamos do caos. Com o Tratado de Quioto, em vigor desde fevereiro de 2005, um sopro de esperança logo seguido do desencanto pela recusa dos Estados Unidos, o maior emissor de carbono do mundo, em acatar as propostas de redução desse avanço em direção à insensatez - prejudicaria o desenvolvimento do país.

Sabemos que o Brasil tem uma das maiores indústrias agropecuárias do Mundo. Por isso, existe uma grande necessidade de informações meteorológicas e climatológicas específicas que capacitem os agropecuaristas a fazerem decisões operacionais. Assim, pode-se considerar que o principal objetivo da Agrometeorologia é colocar a ciência da meteorologia a serviço da agropecuária para melhorar o uso da terra, para ajudar a produzir o máximo de alimentos e evitar o abuso irreversível dos recursos naturais (água e solo).

Em face dessas questões, em décadas recentes o uso da Agrometeorologia na agropecuária vem aumentando. Isto tem sido devido, largamente, aos estudos de laboratório, casa de vegetação e de campo, nos quais as respostas biológicas têm sido medidas sob condições controladas. Existem diversas aplicações das técnicas meteorológicas às operações de campo. Alguns exemplos importantes: a) previsão e proteção contra geadas; b) avisos contra fogo nas florestas; c) planejamento da irrigação; d) calendários de plantio e colheitas; e) seleção de lugares para as culturas; f) controle de insetos; e g) controle de doenças e muitas modificações microclimáticas, como a utilização da prática de quebra-ventos.

Os serviços meteorológicos que precisamos devem estar aptos a satisfazer pelo menos quatro tipos de exigências dos agricultores: a) Previsões do tempo detalhadas, na ocasião exata e adaptadas para operações agrícolas comuns; b) Serviços de extensão para ensinar aos agricultores usar as informações do item anterior; c) Observações especializadas de clima no lugar onde as culturas são realizadas; e d) Um sistema de comunicações para levar as informações atualizadas sobre o clima por intermédio do rádio, da televisão e dos jornais.



* Engenheiro Agrônomo, Mestre em Recuperação de Áreas Degradadas e Gestão Ambiental e Doutor em Engenharia de Água e Solo. É professor do IFET Rio Pomba e Diretor-Geral do IFET São João del-Rei. É Conselheiro do COPAM e do IBAMA. E-mail: mauriciosnovaes@yahoo.com.br.

A Importância da Agrometeorologia na Produção Agropecuária


* por Maurício Novaes Souza

Anos atrás, sob condições de população escassa e exploração industrial mínima, parecia que a Terra poderia ser o provedor inesgotável dos recursos naturais. Entretanto, a população cresceu, a industrialização se expandiu, as florestas são destruídas, os solos erosionados, os depósitos minerais exauridos, o ar e a água se tornam cada vez mais poluídos, e cada vez mais estamos preocupados com as limitações dos recursos da Terra.

Paralelamente, existe uma grande necessidade de aumento na produção de alimentos. Para isso, é necessário que as perdas agrícolas e pastoris sejam minimizadas e a eficiência da produção agropecuária melhorada. Sabe-se que essa atividade é altamente dependente das condições do clima e do tempo em uma dada região. Entretanto, o aumento da produção de alimentos vem sendo feito por intermédio da exploração inadequada dos recursos naturais, prejudicando o ambiente, o solo, a água e o ar.

A Agrometeorologia é uma combinação de ciências físicas e biológicas que estuda as relações entre os elementos climáticos, o solo e os seres vivos e avalia os fenômenos climáticos que influenciam a produção e a produtividade agrícola. Isto faz da agrometeorologia uma técnica indispensável na formação dos profissionais que trabalham nas áreas agrícolas, como aqueles dos cursos de Agroecologia e Zootecnia.

Em décadas recentes o uso da Agrometeorologia na agropecuária foi aumentando. Isto tem sido devido, largamente, aos estudos de laboratório, casa de vegetação e de campo, nos quais as respostas biológicas têm sido medidas sob condições controladas. Existem diversas aplicações das técnicas meteorológicas às operações de campo. Alguns exemplos importantes: a) previsão e proteção contra geadas; b) avisos contra fogo nas florestas; c) planejamento da irrigação; d) calendários de plantio e colheitas; e) seleção de lugares para as culturas; f) controle de insetos; e g) controle de doenças e muitas modificações microclimáticas, como a utilização da prática de quebra-ventos.

Sabemos que o Brasil tem uma das maiores indústrias agropecuárias do Mundo. Por isso, existe uma grande necessidade de informações meteorológicas e climatológicas específicas que capacitem os agropecuaristas a fazerem decisões operacionais. Portanto, pode-se considerar que o principal objetivo da agrometeorologia é colocar a ciência da meteorologia a serviço da agropecuária para melhorar o uso da terra, para ajudar a produzir o máximo de alimentos e evitar o abuso irreversível dos recursos naturais (água e solo).

Os serviços meteorológicos que precisamos devem estar aptos a satisfazer pelo menos quatro tipos de exigências dos agricultores: a) Previsões do tempo detalhadas, na ocasião exata e adaptadas para operações agrícolas comuns; b) Serviços de extensão para ensinar aos agricultores usar as informações do item anterior; c) Observações especializadas de clima no lugar onde as culturas são realizadas; e d) Um sistema de comunicações para levar as informações atualizadas sobre o clima por intermédio do rádio, da televisão e dos jornais.

sábado, 7 de novembro de 2009

Disposição de Resíduos Sólidos Urbanos: uma questão de atitude



*por Maurício Novaes Souza

No início de novembro de 2009 a Prefeitura Municipal de Rio Pomba foi notificada pela Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SUPRAM) a ter de isolar o “Lixão” da cidade. Terá de providenciar um novo local para a disposição dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), popularmente chamados de “lixo”. Por força da lei, terá de construir um aterro dentro dos padrões exigidos pelos órgãos ambientais. O custo do empreendimento é elevado e a vida útil do aterro dependerá de seu manejo. Há de se considerar que essa vergonha reflete o descuido das administrações municipal anteriores. Na verdade essa não é uma vergonha exclusiva de nossa cidade, mas da maioria dos municípios brasileiros.

O lixo que produzimos pode ser dividido em: comercial, domiciliar, público, industrial, serviços de saúde, sistema de transporte, entulhos da construção civil, agrícola e eletrônico. E para onde vai o lixo que produzimos na cidade em que moramos? Existem diferentes destinos do lixo: lixão, aterro controlado, aterro sanitário, incineração, compostagem e a reciclagem. Quanto maior for o volume de lixo encaminhado ao aterro, menor será sua vida útil. Uma das alternativas que aumentam a sua vida útil se refere à coleta seletiva do lixo e a reciclagem. Já existem bons exemplos em todo o mundo. O troféu no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, por exemplo, foi destaque mundial por ter sido fabricado durante a prova, a partir de plásticos reciclados coletados no Autódromo de Interlagos. Para a produção, foi instalada uma mini usina de reciclagem. De acordo com informações da Plastivida, o Brasil recicla hoje 21% do plástico que produz.

E a questão das sacolas plásticas? Quantas você usou ontem? E durante toda a semana? Se o cálculo se estender pelo ano todo, os números começam a assustar. Segundo uma estimativa divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, a cada hora são consumidas cerca de 1,5 milhão de sacolas plásticas no Brasil. Ao final de um dia essa conta chega a 36 milhões. Anualmente são descartadas inadequadamente 500 bilhões de sacolas em todo o mundo. Esse material, além de poluente, pode causar outros impactos ambientais, como entupir bueiros e provocar enchentes.

O governo vem buscando alternativas. O Ministério do Meio Ambiente vai estimular o trabalho do catador de materiais recicláveis com o Pagamento por Serviços Ambientais Urbanos (PSAU) e garantia de preço mínimo para os produtos. Dentre os ganhos ambientais gerados pela coleta correta do lixo está a redução da quantidade de resíduos no ambiente, impedindo a poluição da água e do solo. Esse material é direcionado para locais em que podem ser reciclados e voltar a ser utilizados. Dentro de uma nova visão, pode-se verificar que o lixo é matéria prima fora do lugar. Há de se ressaltar que a coleta do lixo deveria começar dentro de casa: infelizmente, apenas 3% do lixo doméstico é reciclado.

O Ministério das Cidades divulgou os números mais recentes do manejo de resíduos sólidos urbanos no Brasil, referentes a 2007. Com base em dados de 306 municípios, que representam 55% da população urbana, o levantamento mostra que a cobertura média de coleta de lixo nas cidades pesquisadas é de 90%. Já a coleta seletiva só chega a 56,9% dos municípios da amostra, que inclui todas as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes. Cerca de 64% do lixo coletado vão para aterros sanitários, 26,6% são levados para aterros controlados – que têm estrutura melhor que lixões, mas onde há trabalho de catadores – e 9,5% dos resíduos ainda vão para os lixões, considerados a pior solução para o destino final.

De acordo com o Departamento de Articulação Institucional do Ministério das Cidades, em muitos casos, os locais de depósito do lixo não têm autorização ambiental para funcionar. Dos 587 aterros catalogados, 46% não têm qualquer tipo de licença ambiental. O Plano Diretor Municipal de Rio Pomba deveria estabelecer um Programa De Coleta E Destinação Final Dos Resíduos Sólidos. Caso implementado, estaríamos em um cenário prometedor diante de um problema que mais afeta o meio ambiente e a saúde humana no país e no mundo: a falta de tratamento adequado do lixo que produzimos. O Secretário de Meio Ambiente, Gilberto Quintão, tem planos para transformar essa idéia em realidade.

Há ainda outras soluções: a Lei de Consórcio nº 11.107/2005, o Decreto nº 6.017/2007 e a Lei de Saneamento Básico nº 11.445/2007 são instrumentos jurídicos que possibilitam que as prefeituras consorciem. Nesse contexto, os consórcios públicos surgiram como um novo arranjo institucional para a gestão municipal. A formação de consórcios, com a participação do respectivo estado, para garantir a sustentabilidade das unidades de depósito de lixo a serem construídas, é o pré-requisito para que os municípios recebam recursos para viabilização dos empreendimentos.

Contudo, não basta falarmos de transparência. Precisamos garantir a visibilidade dos documentos em questão e um amplo diálogo com a sociedade na busca de soluções mais exeqüíveis com relação aos aspectos socioambientais, econômicos, moral e ético. O problema do lixo que produzimos é nosso e não podemos nos desresponsabilizar desta situação que se agrava a cada dia que passa. O tempo urge e soluções emergências precisam ser tomadas para sanar os problemas mais gritantes na geração de resíduos sólidos de Rio Pomba, sem que a politicagem feita por politiqueiros de plantão venha interferir num diálogo fraterno e necessário para o bem do meio ambiente e dos seres humanos.


* Engenheiro Agrônomo, Mestre em Recuperação de Áreas Degradadas e Gestão Ambiental e Doutor em Engenharia de Água e Solo. É professor do IFET Rio Pomba e Diretor-Geral do IFET São João del-Rei. É Conselheiro do COPAM e do IBAMA. E-mail: mauriciosnovaes@yahoo.com.br.

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