1.
Situação
Em meio rural a
destinação ambientalmente correta do esgoto doméstico e das pocilgas de animais
é ineficiente, sendo geralmente destinado para fossas negras ou até mesmo
canalizado para cursos hídricos. De acordo com o relatório do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2005 apud Espíndola; Brigante, 2009
apud LEONEL, MARTELLI & SILVA, 2013),
quase dois terços da população rural brasileira não contam com saneamento
básico, dispondo seus efluentes principalmente de forma inadequada. É dificultosa
a implantação de saneamento básico coletivo como nas cidades, devido ao
distanciamento entre as propriedades rurais e o alto custo que tal
empreendimento despenderia.
A
poluição causada pela má destinação do esgoto é altamente problemática, uma vez
que além da grande descarga de dejetos no rio que ajuda a provocar eutrofização
e consequente morte da fauna aquática, há a contaminação de solo e águas
subterrâneas por microrganismos o que reflete de forma negativa na saúde das
comunidades rurais, que em muitos casos utilizam para diversas atividades a água
originada do rio.
2.
Objetivos
2.1.
Geral
O
objetivo deste artigo é difundir e aplicar em ambiente rural, jardins de
filtragem e fossas sépticas como forma de tratamento do esgoto doméstico e
animal produzido em pequenas propriedades rurais do município de Tocantins,
Minas Gerais.
2.2.
Específicos
-
Demonstrar viabilidade econômica da implantação dos sistemas de tratamento de
esgoto;
-
Demonstrar ganhos ecossistêmicos devido à adesão aos sistemas;
-
Reduzir custos quanto à compra de insumo para nutrição de plantas;
-
Promover melhoria quanto a aspectos visuais na propriedade.
3.
Justificativa
Diante
de muitos esforços a procura de melhoria do saneamento básico em ambiente
urbano, há a necessidade de se trabalhar com saneamento em meio rural, visto a
grande produção de esgoto doméstico e animal. A poluição dos corpos hídricos é
uma problemática porque o consumo de água é maior para certas atividades, como
irrigação de culturas e manejo de animais, e até mesmo doméstico. Então há cada
vez mais evidências de que o tratamento do esgoto é importante para a
continuidade dos sistemas.
4.
Material
e Métodos
O
projeto tem como abrangência o município de Tocantins, localizado na micro
região de Ubá, com foco para as comunidades rurais que entornam a cidade. Para
divulgação do projeto será anunciado em rádio e disponibilizado cartazes emEmater,
Sindicato dos Trabalhadores Rurais e no Instituto Estadual de Florestas (IEF),
situado próximo à cidade, objetivando alcançar maior público de produtores
rurais interessados.
O
primeiro encontro será coletivo com todos os produtores rurais interessados, onde
será demonstrada a situação atual da destinação dos dejetos domésticos, os
impactos proporcionados e será sugerido implantação de fossas sépticas e jardim
de filtragem em ambiente rural. Neste contexto será demonstrada a viabilidade
do sistema.
Após
explanação do projeto, os produtores interessados passarão informações como
nome do proprietário e localização da propriedade, afim de que se possa fazer
visita e estudar qual melhor método a se empregar e a escolha do local.
A Fossa Séptica
Biodigestora é composta por conjunto de 5 caixas de fibrocimento, sendo a
primeira caixa conectada à tubulação do vaso sanitário, as caixas são
conectadas por tubulação de PVC. O sistema deve ficar enterrado no solo para
manter o isolamento térmico. O efluente tratado é liberado através de válvulas.
O jardim de filtragem é
constituído por uma vala aberta no solo com aproximadamente
50 cm de profundidade e
área superficial de 2,0 m²/morador. O fundo da caixa é impermeabilizado com uma
geomembrana e são instaladas tubulações de entrada e saída que são ligadas em
pontos opostos da caixa. Após a impermeabilização, a caixa é preenchida com uma
camadade brita e de areia grossa, sendo, em seguida, saturada com água. Depois
decolocado o meio suporte, são plantadas as espécies desejadas.
O
jardim filtrante poderá ser implantado na propriedade juntamente com a fossa
séptica biodigestora. A fossa trata poderá ser empregada parao esgoto humano, o
jardim filtrante é indicado para dar o
destino adequado à água cinza da residência, constituída de efluentes
provenientes de pias, tanques, chuveiros, assim como o efluente tratado da
fossa.
5.
Resultados
Efetivos
A
viabilidade do projeto se explica porque além de tratar a água, promove redução
de custos quanto à necessidade de aquisição de insumos para nutrição de
culturas,redução da poluição de cursos hídricos, embelezamento do local e
melhoria da qualidade de vida. Além disso, as técnicas de áreas alagados construídos
apresentam vantagens comuns de fácil operação, baixo custo de implantação e
manutenção e ausência de gastos com energia elétrica.A biomassa gerada pelas
plantas pode ser destinada para alimentação, ração de animais, fertilizantes de
solo, na construção civil e para outros fins.
6.
Considerações
Finais
As fossas sépticas e os
jardins filtrantes podem ser empregados em pequenas propriedades como forma de
saneamento básico de esgoto produzido. São sistemas eficientes na remoção tanto
de sólidos como de microrganismo, fornecendo um efluente clarificado e com
reduzida contaminação biológica. O sistema de jardins filtrantes ainda traz
ambiente agradável à propriedade por trazer embelezamento, destinar
adequadamente o efluente, contribuindo para redução de doenças e melhorando a
qualidade de vida.
7.
Referências
Bibliográficas
LEONEL, L. F.;
MARTELLI, L. F. A.; SILVA, W. T. L. AVALIAÇÃO DO EFLUENTE DE FOSSA SÉPTICA
BIODIGESTORA E JARDIM FILTRANTE.III
SYMPOSIUM ON AGRICULTURAL AND AGROINDUSTRIAL WASTE MANAGEMENT.SP.
BRAZIL. 2013.
Acesso Disponível em:
-Saneamento básico na zona rural com uso de
jardim filtrantehttp://hotsites.sct.embrapa.br/prosarural/programacao/2012/saneamento-basico-na-zona-rural-com-uso-de-jardim-filtrante-2.
Acesso em 09/06/13.
Disciplina: Saneamento Ambiental e Rural.
Curso: Bacharel em Agroecologia.
Professor: Maurício Novaes Souza.
Aluna: Luciana de Moura Gonzaga.
Turma: 7º período.