quinta-feira, 7 de dezembro de 2017


*Silvane de Almeida Campos

Diagnosis of the pastures of the municipality of Rio Pomba, MG


Resumo: O objetivo deste trabalho foi realizar um diagnóstico das pastagens do município de Rio Pomba, MG. Foi realizada pesquisa bibliográfica e entrevista a 20 produtores rurais do município com aplicação de questionário com perguntas abertas. Procedeu-se a programação das visitas às propriedades dos produtores sorteados aleatoriamente. Foram abordados temas referentes ao uso, conservação e degradação das pastagens e o grau de conhecimento dos produtores sobre algumas alternativas agroecológicas. A partir desta pesquisa, fez-se uma avaliação do nível de conhecimento dos produtores e análise de todos os dados levantados nesta pesquisa. Pela visita aos estabelecimentos rurais, concluiu-se pela observação que as pastagens do referido município se encontram em diferentes estádios de degradação, predominando o nível mais crítico, com tendência à exaustão dos recursos naturais, tornando a pecuária local inviável economicamente. A maioria dos produtores rurais entrevistados desconhece os processos de degradação das pastagens e os métodos de recuperação e conservação.

Palavras-chave: Pastagem. Degradação ambiental. Agroecologia. Sustentabilidade.

Abstract: The aim of this study was a diagnosis of pastures of Rio Dove, MG. Bibliographic search was performed and an interview with 20 farmers in the municipality with a questionnaire with open questions. Proceeded to schedule visits to the properties of randomly selected producers. Were discussed regarding the use, conservation and pasture degradation and degree of knowledge of producers about some agroecological alternatives. From this research, it was an assessment of the level of knowledge of producers and analysis of all data collected in this study. By visiting the farms, it was concluded by observing that the pastures of the municipality are at different stages of degradation, predominantly the most critical level, with a tendency to exhaustion of natural resources, making the local livestock uneconomical. Most farmers interviewed are unaware of the processes of degradation of pastures and the methods of recovery and conservation.

Keywords: Pasture. Environmental degradation. Agroecology. Sustainability.


Introdução

Na região Zona da Mata Mineira como em todo Brasil a cobertura florestal nativa, representada pelos diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades (MARTINS, 2009). O cenário de destruição da Mata Atlântica deu origem à implantação de lavouras, especialmente de café (Coffea arabica L.), que ao longo dos anos foi sendo substituída por áreas de pastagem e tornando-se a fonte mais comum de alimentação animal. A partir da década de 1970, ocorreu no país o processo de renovação das pastagens tropicais com a substituição de pastagens nativas degradadas por espécies exóticas provenientes do continente africano, tais como gramíneas dos gêneros Brachiaria, Panicum e Andropogon que se adaptaram bem as condições edafoclimáticas da Zona da Mata de Minas Gerais. Nos primeiros anos os produtores obtiveram ganho na produtividade, mas a falta de adubação e a ausência de manejo adequado, entre outros fatores, ocasionaram o processo de degradação, que ao longo dos tempos se intensificou (OLIVEIRA, 2007).
O município Rio Pomba, localizado na Zona da Mata Mineira, destaca-se pela degradação das pastagens como resultado do manejo inapropriado dos recursos naturais. Nestas condições, verifica-se a baixa capacidade produtiva da atividade pecuária, a forte descapitalização dos produtores, o desestímulo destes frente a esta atividade econômica e o indesejável êxodo rural. A degradação de pastagens é o processo evolutivo de perda de vigor, de produtividade, capacidade de recuperação natural para sustentar os níveis de produção e a qualidade exigida pelos animais. Além disso, perde-se a capacidade de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras, surgem áreas com solo exposto, favorecendo o processo erosivo, culminando com a degradação avançada dos recursos naturais, em razão do manejo inadequado (KONDO e RESENDE, 2001).
Em Rio Pomba - MG, o cenário de degradação das pastagens não difere do restante do país. Práticas como desmatamento; queimadas; aração vertical; cultivo exclusivo de Brachiaria spp.; formação de pastagem sem prévia análise de fertilidade do solo; falta de adubação de reposição; taxa de lotação incompatível com a capacidade suporte (superlotação animal) e o pastejo contínuo não permitem a manutenção do equilíbrio do complexo solo-forrageira-animal que é responsável pela produtividade satisfatória da pastagem em longo prazo. Estas técnicas insustentáveis passaram de geração a geração causando muita agressão ao ambiente e prejuízos econômicos aos produtores rurais. Segundo OLIVEIRA (2007), há necessidade de adotar mudanças no paradigma atual para promover a conservação e a sustentabilidade às próximas gerações.
De acordo com ARRUDA JÚNIOR (2008), com a degradação dos ecossistemas se torna um desafio viabilizar sistemas de produção com eficiência energética e conservação do ambiente. Neste contexto, a pecuária leiteira enfrenta um grande desafio em aumentar a produção com redução de custos.  Alternativas agroecológicas como construções de terraços em nível e de Barraginhas, consórcio leguminosa-gramínea, arborização de pastagem, manejo da regeneração natural, Sistemas Agroflorestais e Pastoreio Racional Voisin têm potencial para reverter este quadro de degradação das pastagens, mediante ação antrópica, tendo a natureza como sua aliada.
Entender o fenômeno da degradação de pastagem e as suas causas é essencial para formular estratégias de recuperação da produtividade dessas áreas, reduzindo, assim, as pressões de desmatamento que visam à formação de novas pastagens (DIAS-FILHO, 2007).
O objetivo principal deste trabalho foi realizar um diagnóstico das pastagens do município de Rio Pomba – MG.


Localização do município

O município de Rio Pomba localiza-se na região Zona da Mata de Minas Gerais (Figura 1). Está distante 244 Km da capital, na Latitude 21º16'31” S e Longitude 43°10'38” W. Ocupa uma área de 251,760 Km² (Instituto de Geociências Aplicadas – IGA, 2009) e apresenta uma população de 17.359 habitantes (IBGE,  estimativa 2009), temperatura média de 21º C, numa altitude média de 441 m (IBGE, 2006). Apresenta o índice médio pluviométrico anual de 1.581mm.



FIGURA 1 - Localização geográfica de Rio Pomba, MG. Fonte: Prefeitura municipal de Rio Pomba, MG, 2010.

O principal recurso hídrico do município é o Rio Pomba, pertencente à Bacia do Paraíba do Sul. O relevo apresenta 5% de sua área plana, 25% ondulada e 70% montanhosa. O solo predominante é o Latossolo Vermelho-amarelo de textura média.
O município é composto de 19 (dezenove) comunidades rurais, onde residem 923 famílias sendo a maioria de trabalhadores rurais (EMATER-MG, Rio Pomba, 2009). Apresenta 466 estabelecimentos agropecuários, sendo 85% pequenos produtores (entre 1 - 50 ha), 11% médios produtores (entre 51-100 ha) e 4% grandes produtores (entre 101 - 200 ha), (IBGE – Censo Agropecuário, 2006). Concentra 20% de sua população na Zona Rural sendo predominantemente constituída por agricultores familiares que representam um significativo número dos estabelecimentos agropecuários com bovinos (IBGE – Censo Agropecuário, 2006).  Atualmente, a atividade agropecuária se destaca em 4º lugar da economia agrícola do município. Os proprietários rurais tradicionalmente exercem a bovinocultura de leite e corte com predominância na pecuária leiteira, somando um total de 428 pecuaristas, ocupando uma área de 9.491 ha de pastagens naturais e 3.801 ha de pastagem formada (EMATER – MG, 2009).
O município é ocupado predominantemente por pastagens de Brachiaria spp.  exclusiva que possuem baixa produtividade provocada pelo extrativismo da pecuária extensiva. Estas pastagens, na maioria das vezes, são estabelecidas em áreas menos nobres das propriedades (áreas marginais), em locais de topografia acentuada, em solos de baixa fertilidade e muito ácidos, enfim, em áreas da propriedade que não são utilizadas para agricultura.
Um dos indícios de que uma pastagem se encontra em estádio de degradação é quando, em período favorável ao crescimento e desenvolvimento da forrageira, período chuvoso, esta não consegue atingir a condição de rebrota normal, havendo necessidade de intervenção antrópica como medidas de recuperação do agroecossistema.
O cenário atual mostra que a degradação ambiental vem aumentando devido à utilização de áreas indevidas para agropecuária, situação agravada pelo manejo inadequado das pastagens, solo e água. Como consequência, a perda de fertilidade natural do solo acarreta na diminuição da produtividade dos pastos que vem decrescendo ano após ano, fazendo com que aumente o empobrecimento dos produtores (OLIVEIRA, 2007).
Vale ressaltar que a exploração do solo no município de Rio Pomba – MG de forma extrativista, onde ocorre somente a retirada dos nutrientes do solo e nada é reposto a fim de restabelecer as condições de sustentabilidade natural, vem de muitas décadas, permanecendo até os dias atuais. A prática do fogo empregada, anos após anos, como sendo a alternativa mais econômica de eliminar as espécies invasoras das pastagens, ao invés de se contratar mão-de-obra para a roçada, contribuiu para o depauperamento dos recursos edáficos das propriedades do município e, consequentemente, dos recursos hídricos.


Metodologia

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica para se conhecer as possíveis causas de degradação das pastagens, as práticas conservacionistas do solo e água e algumas técnicas agroecológicas em prol do desenvolvimento rural sustentável.
Aplicou-se um questionário com perguntas abertas a 20 produtores rurais do município de Rio Pomba – MG do total de 626 produtores cadastrados na EMATER-MG Rio Pomba, para levantamento do que diz respeito à formação, degradação, recuperação e manutenção das pastagens. Durante a aplicação do questionário, teve-se o cuidado de permitir total liberdade aos entrevistados, de modo, a não exercer nenhuma influência nas respostas.
A relação dos produtores rurais foi disponibilizada pela EMATER-MG Rio Pomba, onde foi realizada a escolha aleatória dos produtores. A partir desse momento, foi elaborada a programação das visitas aos estabelecimentos rurais e ao término das entrevistas foi feita a análise dos dados levantados nas pesquisas.


Resultados e discussão
Nível de escolaridade dos produtores rurais
Pode-se observar pela Figura 2 que entre os 20 produtores rurais entrevistados no município de Rio Pomba – MG, 80% possuem 1º Grau incompleto, 10% concluíram o ensino fundamental e 10% concluíram curso superior.


FIGURA 2 - Nível de escolaridade dos produtores rurais de Rio Pomba, MG.

Os que possuem 1º Grau incompleto alegaram que na época em que deveriam ter estudado não tiveram oportunidade, pois precisavam ajudar os pais a trabalharem no campo e não recebiam incentivos para os estudos.
Serviço de Assistência Técnica
No transcurso da pesquisa foi perguntado aos produtores rurais se conheciam os órgãos de Assistência Técnica que prestam serviços ao município de Rio Pomba - MG. Foi perguntado também se a propriedade recebia assistência técnica e se a mesma é programada, ou seja, se há um calendário; e se as propriedades recebiam assistência técnica na formação, recuperação e manutenção das pastagens.
Observa-se pela Figura 3 que 100% dos produtores entrevistados responderam que conhecem o engenheiro agrônomo da EMATER-MG Rio Pomba. Destes, 90% recebem assistência técnica gratuita e ocasional somente pela EMATER-MG do município, enquanto, os 10% restantes recebem assistência gratuita e ocasional deste mesmo órgão e também da Prefeitura Municipal de Rio Pomba - MG com um programa relacionado à inseminação artificial de bovinos, completamente gratuito. Embora os produtores rurais recebam assistência técnica ocasional esta ainda é deficiente.


FIGURA 3 - Serviço de Assistência Técnica prestado aos produtores rurais de Rio Pomba, MG.

Alguns produtores relataram que quando precisam de orientação técnica para sanar alguma dúvida comparecem a EMATER-MG. Contudo, observou-se a insatisfação de um produtor rural quanto ao programa de assistência técnica do município:

“O extensionista da EMATER-MG, de vez em quando, aparece aqui na minha propriedade. Muito raramente”. (Pequeno produtor, 1º Grau incompleto).

A capacitação dos produtores e o acompanhamento da assistência técnica são fatores primordiais para que haja o uso sustentável das pastagens. Entretanto, essa condição não vem sendo alcançada ou devidamente promovida.

Projeto relacionado à formação, reforma ou manutenção de pastagem com acompanhamento técnico

Pode-se analisar pela Figura 4 que no município de Rio Pomba – MG os 20 produtores rurais entrevistados não possuem projeto de formação, reforma e manutenção de pastagens com acompanhamento técnico.


FIGURA 4 - Falta de projeto relacionado à formação, reforma ou manutenção de pastagem com acompanhamento técnico para os produtores rurais de Rio Pomba, MG.

Grande parte das áreas de pastagem foi formada apenas com conhecimento dos próprios produtores e utilizaram o modelo convencional (aração, gradagem e semeadura). Os produtores não se pronunciaram a respeito de reforma ou manutenção da pastagem.

Exploração pecuária: objetivo da propriedade

A Figura 5 demonstra que 80% dos produtores entrevistados apresentam como objetivo da propriedade a pecuária leiteira e 20% destes a pecuária de corte.
A maioria destes produtores segue a tradição de trabalhar com a pecuária leiteira. Essa cultura herdada de pais para filhos ainda é preservada mesmo que a renda proveniente do leite não seja satisfatória. Os gastos com concentrados e medicamentos para o rebanho (bovinos) e outros insumos adquiridos para a produção do leite elevam os custos de produção e o preço do produto (leite) é estipulado pelo mercado, tornando essa alternativa inviável economicamente aos trabalhadores rurais. Os produtores permanecem desestimulados e buscam novas alternativas para incrementar a renda. Estes somente conseguem sobreviver no campo com renda adicional, diferentemente da pecuária, como o cultivo de algumas espécies (fumo, pimenta); criação de animais (suínos e aviários); aposentadoria; prestação de serviços à prefeitura (transporte de alunos); produção de queijos para queijaria Santa Maria; confecção de biscoitos caseiros e doces de frutas comercializados em feiras livres. Um dos produtores entrevistados é vereador. Outro produtor alegou que a esposa precisa trabalhar em Tabuleiro - MG para ajudar nas despesas domiciliares. Um dos entrevistados exerce a profissão de engenheiro agrônomo.


FIGURA 5 - Objetivo da propriedade em relação à exploração pecuária de Rio Pomba, MG.

Um produtor demonstrou o seu descontentamento em relação ao seu rendimento, argumentando que:
“A renda mensal proveniente da venda do leite, após o pagamento de ração e remédio para o gado, o que sobra não paga a conta de luz da minha casa”. (Médio produtor rural, 1º Grau incompleto, 65 anos).

Degradação da pastagem

Pela Figura 6 percebe-se que 25% dos produtores rurais entrevistados foram informados sobre a degradação de pastagens, as possíveis causas e os prejuízos que esta degradação ocasiona aos proprietários rurais. A maioria dos entrevistados (75%) não foi informada quanto ao processo de degradação da pastagem.


FIGURA 6 - Informação sobre degradação de pastagem aos produtores rurais de Rio Pomba, MG.

Estes desconhecem completamente as causas que levam a degradação deste agroecossistema. Isto ajuda a explicar o motivo pelo qual as pastagens do município se encontram em diferentes estádios de degradação com predomínio do nível mais elevado de degradação física, química e biológica do solo.
Há, portanto, uma necessidade de informar os produtores rurais sobre este assunto e conscientizá-los da importância de se preservar e conservar os recursos naturais.

Formação da pastagem

Na Figura 7, observa-se que a maioria dos entrevistados (55%) disse que formaram suas pastagens num período de 12 a 20 anos; 20% destes formaram num período de 5 a 12 anos e 25% dos entrevistados não sabem quando suas áreas de pastejo foram implantadas, pois no momento em que adquiriram as propriedades as pastagens já existiam. Do total dos produtores que sabem o tempo de formação de suas pastagens (75%), a maioria representada por 73,33% estabeleceram a forrageira baseados no conhecimento popular e também porque a maioria dos vizinhos ou conhecidos usava o sistema convencional; 20% dos que responderam a pesquisa contaram que receberam orientação técnica ao procurarem pela EMATER-MG do município e somente um produtor (6,67%) detinha conhecimento técnico suficiente para implantar sua pastagem e, além disso, neste período, prestava serviço voluntário a EMATER-MG.


FIGURA 7 – Tempo de formação das pastagens do município Rio Pomba - MG.

A maioria dos produtores formou as pastagens de modo convencional (aração, gradagem, adubo químico e semeadura), alegando ser a técnica mais rápida e menos onerosa em relação à contratação de mão-de-obra para trabalho manual. Alguns pecuaristas, representados pela minoria, escolheram técnicas de produção mais sustentáveis: a) semearam a lanço a Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha cv. Marandu (capim Braquiarão) na plantação do milho (Zea mayz L.). b) Arrancaram as espécies invasoras, jogaram as sementes e as misturaram na terra com auxílio da enxada, deixando as invasoras sobre a pastagem com intuito de incorporar matéria orgânica no sistema; afirmaram que este procedimento é mais demorado e a pastagem foi formada, gradativamente, somente com uso de mão-de-obra familiar. c) Um produtor utilizou arado de tração animal e semeou Brachiaria spp. a lanço. d) Um pequeno produtor trabalhou com integração lavoura-pecuária, quando após a colheita do milho, formou o pasto semeando a lanço um coquetel de forrageiras (Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha cv. Marandu, Tifton, Tanzânia, capim gordura - Melinis minutiflora).

Recuperação e conservação de pastagem

Por intermédio da Figura 8 nota-se que somente 15% dos produtores que responderam a pesquisa obtiveram alguma informação sobre recuperação e conservação de pastagem. A maioria dos produtores, representada por 85%, não foi informados sobre o procedimento de recuperar e conservar o pasto.


FIGURA 8 - Informação sobre recuperação e conservação de pastagem aos produtores rurais de Rio Pomba, MG.

A tomada de decisão para proceder à recuperação de uma pastagem e a escolha da tecnologia a ser aplicada dependerá do estádio de degradação em que esta se encontra e dos recursos financeiros disponíveis pelo produtor.  
O uso da adubação para recuperar a fertilidade do solo ou adaptar meios para isso com auxilio de algumas práticas como integração lavoura-pecuária, uso de leguminosas, adubação verde, arborização de pastagens, emprego dos sistemas agroflorestais (silvipastoril e agrossilvipastoril) torna-se uma estratégia agroecológica para recuperar ambientes alterados, reduzindo custos quando comparados aos sistemas de produção tradicionais. A adoção de técnicas agroecológicas será indispensável no processo de recuperação e conservação das pastagens do município, a médio e longo prazo, por meio do aporte de matéria orgânica no agroecossistema, fixação biológica de nitrogênio pelas espécies leguminosas e uso de práticas conservacionistas nas pastagens.


Conclusão

A maioria dos produtores rurais entrevistados desconhece os processos de degradação das pastagens e os métodos de recuperação e manutenção.
Os produtores não realizam práticas sustentáveis, por questões diversas como a falta de: informação; recursos financeiros; apoio dos órgãos competentes (incentivos governamentais, subsídios estatais) e assistência técnica.
A recuperação de pastagens degradadas requer investimento muito elevado, em alguns casos semelhantes àqueles referentes ao seu estabelecimento. Desta forma, a busca de sistemas de produção sustentável é premente. Torna-se importante que os produtores modifiquem suas estratégias de utilização das pastagens incorporando novas técnicas de manejo.
As alternativas agroecológicas mencionadas neste trabalho têm potencial para reverter o panorama de degradação em que as pastagens do referido município se encontram, em médio e longo prazo, proporcionando sustentabilidade sócio-econômica e ambiental às famílias rurais. Para isso, efetivamente, deverão ser elaboradas e implementadas políticas públicas com tais características, ou seja, com caráter marcadamente sócio-ambiental, e com disposição descentralizadora.


Referências

ARRUDA JÚNIOR, L.C. Implantação e manejo de pastagens num sistema de produção agroecológico. 2008. 94f. (Trabalho de conclusão de curso) – Escola Agrotécnica Federal de Concórdia, Concórdia, SC, 2008.

DIAS-FILHO, M.B. Degradação de pastagens: processos, causas e estratégias de recuperação. Belém, PA. 3ª Ed. Embrapa Amazônia Oriental, 2007.190p.

EMATER-MG – EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS. 2009.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Censo Agropecuário, 2006.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Estimativa, 2009.

IGA – Instituto de Geociências Aplicadas – 2009.

KONDO, M.; RESENDE, A. Recuperação de Pastagens Degradadas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte/MG, v.22, n.210, p.36-44, maio/jun. 2001.

MARTINS, S.V. Recuperação de Áreas Degradadas: Ações em áreas de preservação permanente, voçorocas, taludes rodoviários e de mineração. Viçosa: Editora Aprenda Fácil, 2009. 270p.

OLIVEIRA, L.A. Manejo Ecológico das pastagens. Apostila da Disciplina Manejo Ecológico de Pastagens do Curso Superior em Agroecologia. Rio Pomba: CEFET, 2007. 87p.





*Doutoranda e Mestra em Agroecologia e Bacharel em Agroecologia pelo IF Sudeste de Minas campus de Rio Pomba.


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