Laura Júlia da Costa Mendonça
Disciplina: Saneamento
Ambiental e Rural
Prof: Mauricio Novaes
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Introdução
As estações de tratamento de água ou também abreviado como ETA é
um local em que realiza a purificação da água captada de alguma fonte para torná-la própria para o consumo e assim utilizá-la para abastecer uma
determinada população. A captação
da água bruta é feita rios ou represas que possam suprir a demanda por água
da população e das indústrias
abastecidas levando em conta o ritmo de crescimento. Antes que vá para o
sistema de distribuição de água através de adutoras,
passa por um processo de tratamento com várias etapas.
O processo de tratamento
utiliza processos físicos e químicos para que a água adquira as propriedades
desejadas que a tornem própria para o consumo. As estações utilizam grades para
reter impurezas maiores como restos de vegetais, e em seguida a água segue para
uma etapa de floculação quando através de agentes químicos, como o sulfato de
alumínio, as partículas de sujeira se aglomeram para em seguida decantarem no
fundo de um tanque.
Em seguida a água passa por
uma etapa de filtração, passando através de filtros compostos por carvão, areia
e cascalho. Por final, recebe aditivos químicos como a cal que corrige a acidez
da água, o cloro que age como desinfetante e o flúor que é adicionado para
reduzir o problema com cáries na população.
Segundo dados da Pesquisa
Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE em 2008 a água tratada não
chega a 21,4% das residências no país. Em São Paulo está localizada uma das
maiores estações de tratamento do mundo, a de Guaraú, parte do Sistema
Cantareira. Desde 1975 há obrigatoriedade da fluoretação da água tratada no
país.
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Desenvolvimento
No último dia 16 realizamos
uma aula prática na estação de tratamento de água da nossa instituição de
ensino. O tratamento é basicamente manual, a principio há uma sala onde os
produtos que serão utilizados no tratamento são misturados, são eles,
hipoclorito de sódio 12%, que sofre uma diluição até alcançar de 9 a 10%, são
utilizadas três caixas d’água nesse processo a cada 250L de água são utilizados
6 de cloro (figura 1). Em seguida é colocado o sulfato de alumínio, utilizado
para coagular a sujeira e em seguida sua decantação são diluídos 12 kg para
cada 300 L, de água são utilizadas duas caixas d’água neste processo (figura
2), por último é colocada cal com a finalidade de ajustar o pH da água, é feita
uma mistura de 20kg para 500L de água, sendo está de 30 em 30 dias
aproximadamente (figura 3).
Já na área externa ficam
localizados cinco caixas de concreto, tendo a primeira função de misturador
(todos os produtos (exceto a Cal) diluídos na primeira etapa serão incorporados
a água que chega da estação de pré-tratamento), a segunda, terceira e quarta
contém britas que são usadas para diminuir a velocidade da água, fazendo com
que o produto possa agir, e a ultima serve apenas para armazenar a água que
seguirá para a terceira etapa do tratamento (figura 4).
Já com o processo de
coagulação e decantação iniciados, a água é levada para um outro reservatório,
este local é composto de quatro floculadores, um imenso decantador e quatro
filtros (figura 5), após ser filtrada a água é levada para um reservatório onde
é adicionado a Cal (figura 6).
São tratados cerca de 250 a 280
mil litros de água/dia, sendo o consumo da instituição cerca de 150 a 180 mil
litros de água/dia. O restante é praticamente desperdiçado por não haver outro
reservatório.
Desde a nascente até a
estação de tratamento a água é trazida toda por gravidade, nenhuma bomba é
usada neste processo, somente na limpeza.
Assim como a chegada da água
a distribuição também é feita toda por gravidade. A limpeza da estação é
realizada com a seguinte frequência: caixas de concreto para mistura e ação do
produto são lavadas todos os dias, filtros, todos os dias, floculadores, 15 em
15 dias e o decantador de 6 em 6 meses.
Para saber se os níveis de
produtos que estão sendo utilizados, estão dentro da norma permitida são
realizados análises na água, de 2 em 2 meses por uma empresa de Ubá, que coleta
a água e em seguida encaminha para uma empresa de Belo Horizonte, e na escola
na frequência de 15 em 15 dias. Para o cloro é permitida uma quantidade de 0,5
a 2 ppm, é preciso ficar de olho também nos níveis de sulfato, pois altas
concentrações dele pode causar um efeito reverso, ao invés de limpar a água ele
irá sujá-la (figuras 7 a, b).
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Conclusão
Mesmo diante das
dificuldades que o responsável técnico Carlos Alberto Pereira (Cabé) enfrenta,
nos é oferecido uma água de qualidade dentro de todas as normas e padrões
exigidos. Muitas coisas ainda têm para se aperfeiçoar como a transferência do
pré-tratamento para dentro do setor de tratamento de águas e também a
construção de outro reservatório para a água já tratada. No mais devemos sim
dar mais atenção as nossas nascentes e rios pois são delas quem vem nossa fonte
de vida.
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Anexos
Fotos:
Figura
1: Local onde é diluído o hipoclorito de sódio 12% (até chegar à concentração
de 9 a 10%, em média são colocados 250L de água, para 6 de cloro).
Figura
1a: Galões com Hipoclorito de sódio 12%.
Figura
2: Caixas de diluição de Sulfato de Alumínio, onde são utilizados 12kg do
produto para cada 300L de água.
Figura
2 a: Local de armazenagem do Sulfato de Alumínio e da Cal.
Figura
3: Caixa de diluição da Cal, 20 Kg do produto, para 500L de água a cada 30 dias.
Figura
4: Caixas de concreto, onde a água recebe os produtos diluídos, e onde
começaram a agir.
Figura
5: Terceira etapa de tratamento, composta de quatro floculadores (canto direito
da imagem), no centro um imenso decantador e do lado esquerdo da imagem quatro
filtros.
Figura
6: No fundo da imagem a caixa onde é armazenada a água já tratada e onde será
adicionado a Cal.
Figura 7a: Analise realizada
em Ubá.
Figura 7b: Analise realizada
no Instituto Federal.
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Dados
importantes e curiosidades
Números mais importantes:
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Atendimento em água potável: quando
consideradas as áreas urbanas e rurais do País, a distribuição de água atinge
81,1% da população.
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O atendimento em coleta de esgotos: chega a
46,2% da população brasileira.
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Do esgoto gerado, apenas 37,9% recebe algum
tipo de tratamento. A região com maior índice de esgoto tratado é a
Centro-Oeste, com 43,1%.
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Crescimento das ligações: entre 2009 e
2010, houve um crescimento de 2,2 milhões de ramais de água e de 2,4 milhões de
ramais de esgotos no País.
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Consumo de água por habitante no Brasil:
apresentou crescimento de 7,1% em 2010 com relação a 2009: o consumo diário por
habitante alcançou os 159 litros. A região com menor consumo é a Nordeste, com
117 litros por habitante por dia; já a região com maior consumo é a região Sudeste,
com 186 litros por habitante por dia.
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Perda de água: a média de perdas de água
(faturamento) diminuiu 1,2 pontos percentuais em 2010 em relação a 2009,
atingindo 35,9%.
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Receitas totais geradas pelos serviços de
água e esgotos: alcançaram os R$ 70,5 bilhões em 2010.
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Investimentos: em 2010 os investimentos do
Governo em água e esgotos atingiram R$ 8,9 bilhões.
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Postos de trabalho: em 2010 o setor de
saneamento criou 64 mil novos postos de trabalho, atingindo um total de 671 mil
empregos diretos e indiretos criados pelo setor.
Fonte: SNIS 2010 (Ministério das Cidades)
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Cada R$ 1 investido em saneamento gera
economia de R$ 4 na área de saúde
Fonte: Organização Mundial da Saúde, 2004.
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O Brasil é o 9º colocado no ranking mundial
“da vergonha” com 13 milhões de habitantes sem acesso a banheiro.
Fonte: Estudo
Progress on Sanitation and Drinking Water – OMS/UNICEF, 2010.
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Nas 100 maiores cidades do Brasil, municípios
tratados no Ranking do Saneamento – base SNIS 2010, vivem 77 milhões de
habitantes, ou seja, 40% da população brasileira.
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Dos 77 milhões, em 2010 pouco mais de 90% da
população tinha acesso a água potável, então quase 7 milhões de habitantes
ainda não tinham acesso. 31 milhões não tinham acesso à coleta de esgotos em
2010.
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Do volume de esgoto gerado nessas 100 cidades
somente 36,28% é tratado, ou seja, são quase 8 bilhões de litros de esgoto
lançados todos os dias nas águas brasileiras sem nenhum Tratamento.
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20 das 100 cidades analisadas ofereciam água
tratada a 100% de sua população
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34 das 100 cidades possuíam índice de coleta
de esgoto superior a 80% da população e apenas 5 delas atendiam a 100%: Belo
Horizonte, Santos, Jundiaí, Piracicaba e Franca
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Só 6 municípios possuíam índice de tratamento
de esgoto superior a 80%. Sorocaba, Niterói, São José do Rio Preto, Jundiaí,
Curitiba e Maringá.
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Os 100 municípios investiram em melhorias no
saneamento em média 28% da receita com esses serviços. Apenas 8 municípios
investiram acima de 80% na ampliação e melhorias do sistema de água e esgotos -
Ribeirão das Neves (MG), Recife (PE), Teresina (PI), Praia Grande (SP) e
Vitória (ES).
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A média de perdas de água para os 100
municípios foi de 40,46%, pior portanto que a média nacional que foi de 36% em
2010.
Fonte: Ranking Trata Brasil com avaliação dos
serviços de saneamento nas 100 maiores cidades do País, base SNIS 2010.
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Em 2009 a participação dos domicílios
atendidos pelo serviço de rede coletora ou por fossa séptica à rede coletora
foi de 59,1%;
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As regiões Norte e Nordeste tiveram as
menores parcelas de domicílios atendidos por este serviço, com 13,5% e 33,8%,
respectivamente, do total de domicílios da região, equivalentes a,
respectivamente, 555 mil e 5,2 milhões de domicílios;
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
– Síntese dos Indicadores de 2009 – IBGE, 2010
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Investe-se muito pouco em saneamento, o que
torna a universalização muito distante. Deveriam ser investidos 0,63% do PIB,
mas efetivamente são investidos apenas 0,22%.
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Menos de 30% das obras do PAC Saneamento
foram concluídas até 2010 (Ministério das Cidades).
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Estudo do Trata Brasil “De Olho no PAC”, que
acompanha a execução de 114 grandes de saneamento em municípios acima de 500
mil habitantes, mostra que apenas 7% de obras foram concluidas até Dezembro de
2011. 60% destas obras estão paralisadas, atrasadas ou ainda não iniciadas.
Fonte: Pesquisa 'De Olho no PAC' - Instituto
Trata Brasil
Impactos à sociedade:
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Por ano, 217 mil trabalhadores precisam se
afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados a falta
de saneamento. A cada afastamento perdem-se 17 horas de trabalho.
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A probabilidade de uma pessoa com acesso a
rede de esgoto faltar as suas atividades normais por diarréia é 19,2% menor que
uma pessoa que não tem acesso à rede.
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Considerando o valor médio da hora de
trabalho no País de R$ 5,70 e apenas os afastamentos provocados apenas pela
falta de saneamento básico, os custos chegam a R$ 238 milhões por ano em
horas-pagas e não trabalhadas.
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De acordo com o DATASUS, em 2009, dos 462 mil
pacientes internados por infecções gastrointestinais, 2.101 faleceram no
hospital.
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Cada internação custa, em média R$ 350,00.
Com o acesso universal ao saneamento, haveria uma redução de 25% no número de
internações e de 65% na mortalidade, ou seja, 1.277 vidas seriam salvas.
Fonte: Pesquisa Benefícios Econômicos da
Expansão do Saneamento Brasileiro – Instituto Trata Brasil/FGV, 2010.
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A diferença de aproveitamento escolar entre
crianças que têm e não têm acesso ao saneamento básico é de 18%;
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11% das faltas do trabalhador estão
relacionadas a problemas causados por esse mesmo problema;
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Apesar do relevante aumento de arrecadação e
renda resultantes de maior fluxo de pessoas em 20 destinos turísticos indicados
pela Embratur, essas localidades acusam ainda um subinvestimento das
necessidades básicas;
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Cada 1 milhão investido em obas de esgoto
sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos, além dos permanentes quando
o sistema entra em operação. Com o investimento de R$ 11 bilhões por ano
reivindicado pelo setor de saneamento, calcula-se que sejam gerados 550 mil
novos empregos no mesmo período;
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Se os investimentos em saneamento continuarem
no mesmo ritmo, apenas em 2122 todos os brasileiros teriam acesso a esse
serviço básico.
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As 81 maiores cidades do país, com mais de
300 mil habitantes, despejam, diariamente, 5,9 bilhões de litros de esgoto sem
tratamento algum, contaminando solos, rios, mananciais e praias do país, com
impactos diretos a saúde da população.
Fonte: Pesquisa Saneamento, Educação, Trabalho
e Turismo – Instituto Trata
Brasil/FGV, 2008.
Ganhos ao cidadão e ao país:
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Ao ter acesso à rede de esgoto, um
trabalhador aumenta a sua produtividade em 13,3%, permitindo assim o
crescimento de sua renda na mesma proporção.
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Com a universalização do acesso a rede de
esgoto, a estimativa é que a massa de salários, que hoje gira em torno de R$
1,1 trilhão, se eleve em 3,8%, provocando um aumento na renda de R$ 41,5
bilhões por ano.
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A universalização do acesso a rede de esgoto
pode ainda proporcionar uma valorização média de até 18% no valor dos imóveis.
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A valorização dos imóveis pode alcançar R$ 74
bilhões, valor 49% maior que o custo das obras de saneamento avaliado em R$
49,8 bilhões (considerando apenas novas ligações).
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Em longo prazo, o acesso à rede de esgoto
implicaria um aumento na arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU) na mesma proporção do valor médio dos imóveis, um ganho estimado de R$
385 milhões ao ano. Já no Imposto Sobre Transferência de Bens de Imóveis (ITBI)
o crescimento esperado é superior a R$ 80 milhões por ano.
Fonte: Pesquisa Benefícios Econômicos da
Expansão do Saneamento Brasileiro – Instituto Trata Brasil/FGV, 2010.
O Brasileiro conhece o tema 'Saneamento Básico' e a
responsabilidade do Poder Público quanto a estes serviços?
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Com o objetivo de verificar o nível de
conhecimento do brasileiro sobre os serviços de saneamento básico, mais
especificamente sobre o acesso à água potável, coleta e tratamento dos esgotos,
o Instituto Trata Brasil realizou junto com o IBOPE uma pesquisa de opinião.
Realizada com 1008 pessoas em 26 grandes municípios - com população acima de
300 mil habitantes-, o estudo revelou que os brasileiros estão mais críticos e
bem informados sobre o assunto. Vejam alguns resultados:
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81% dos entrevistados souberam relacionar
saneamento com os 4 serviços da área (água, esgotos, resíduos sólidos e
drenagem)
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Quase metade dos entrevistados (47%)
afirmaram haver esgoto ou córrego correndo a céu aberto próximo da residência.
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31% citaram o saneamento (Esgoto + Limpeza
Pública + Coleta de Lixo + Abastecimento de água) como a área mais
problemática, ficando atrás somente de saúde (61%), segurança (46%) e drogas
(40%).
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Metade dos entrevistados disse que se pudesse
não pagaria para ter seu domicílio ligado à rede coletora de esgotos. Outros
resultados explicam: Com relação à qualidade dos servi serviços, 58% afirmaram
que o valor pago pela água / esgoto é caro em relação à qualidade do serviço
prestado.
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Sobre as melhorias nos serviços de saneamento
no bairro onde moram, 41% afirmaram que houve melhora, 44% que permaneceram
iguais e 11% que pioraram.
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75% das pessoas afirmaram que, apesar dos
problemas, não cobram melhorias nos serviços. 59% dos cidadãos afirmaram que
mesmo quando foram feitas reclamações à Prefeitura ou empresa de água e esgotos
reivindicando melhorias, nenhuma medida foi tomada.
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A maioria dos entrevistados (68%) sabe que o
Prefeito é o principal responsável pelos serviços da área de saneamento básico.
No que se refere à fiscalização, a maior parte dos entrevistados (55%) diz
caber também à Prefeitura e 18% ao governo do Estado. A Agência Reguladora,
órgão realmente responsável, foi citada por apenas 1% dos entrevistados. 13%
das pessoas não sabem.
Fonte: A percepção do brasileiro quanto ao saneamento
básico e a responsabilidade do poder público - Instituto Trata Brasil/Ibope, 2012.
Referência Bibliográfica: